As relações são um dos elementos presentes nas discussões da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizada na Sala Paulo VI de 2 a 27 de outubro de 2024. Esse tema está muito presente na vida da Igreja Católica na Ásia, como afirmou o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombay e Presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas.
Trabalhando juntos como religiões, buscando Deus
Para o cardeal indiano, na Ásia, “as relações com outras religiões são muito importantes, nós as definimos como religiões próximas, temos que trabalhar juntos, buscando Deus, buscando um elo entre nós”. Uma atitude que também está presente em outras latitudes, como na Amazônia, onde o Sínodo para a Amazônia, que realizou sua Assembleia Sinodal em outubro de 2019, da qual participou o arcebispo de Bombay, fortaleceu essa dinâmica, avançando em alguns elementos concretos, como o rito amazônico.
A esse respeito, o cardeal Gracias lembrou que, na Ásia, os católicos representam quatro por cento, com países onde constituem um por cento, sendo as Filipinas uma exceção a esse respeito, com um número maior de católicos. A partir daí, ele disse que “o Sínodo deve ter um efeito sobre a transformação das igrejas cristãs no mundo”, insistindo na ideia de “poder trabalhar juntos, para avançar juntos”. Falando sobre participação, ele observou que “é aqui que a interculturalidade entra em jogo, e devemos respeitar outras culturas”.
A necessidade de aceitar, respeitar e compreender
O Cardeal Gracias lembrou que “depois do Concílio Vaticano II, percebemos muito melhor o valor, a necessidade de aceitar, respeitar e ser capaz de compreender os outros”. Nessa perspectiva, ele enfatizou que “a inculturação da fé também deve ser diferente”, destacando que “há uma enorme riqueza na Ásia, na Índia, na Coreia, no Japão, em todos esses países, as culturas locais nos ajudarão. Não queremos converter os outros, mas temos que construir o Reino de Deus na Ásia, temos que assumir o valor da Ásia como algo necessário”.
“Por natureza, somos sinodais na Índia, na Ásia”, uma região onde “a cultura é totalmente diferente, eles não entenderiam outra cultura se ela lhes fosse imposta’. Lembrando o que diz o Vaticano II, o cardeal disse que “devemos valorizar todas as culturas, respeitá-las, aproveitar a riqueza dessas culturas, porque senão estaríamos indo contra a corrente, estaríamos indo contra a encarnação, este é um exemplo típico de inculturação”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1