O papel das mulheres na Igreja é algo que está cada vez mais presente no pensamento do Papa Francisco. De fato, em seu encontro com os jesuítas na recente viagem à Bélgica, quando perguntado por um jesuíta sobre “a dificuldade de dar às mulheres um lugar mais justo e adequado na Igreja”, ele não hesitou em responder que “a Igreja é uma mulher“. Nesta perspectiva, ele mostrou seu desejo de “colocar cada vez mais no Vaticano mulheres com papéis de crescente responsabilidade. E as coisas estão mudando: você pode ver e sentir isso”, enfatizando que “as mulheres, em suma, entram no Vaticano com papéis de alta responsabilidade: continuaremos neste caminho. As coisas estão funcionando melhor do que antes.”
Mulheres membros da Assembleia Sinodal
Na Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que realiza sua Segunda Sessão de 2 a 27 de outubro, essa presença feminina é algo que parece ter vindo para ficar. Cada vez menos pessoas questionam sua presença e muitas valorizam suas contribuições. De fato, entre os membros do Sínodo há um bom número de mulheres, com voz e voto, que trazem para a sala do Sínodo o desejo de serem cada vez mais ouvidas e reconhecidas na vida cotidiana da Igreja, abrindo espaço para elas nos espaços de tomada de decisão, que além das questões ministeriais, é o desejo da grande maioria das mulheres.
O encontro do dia 19, uma iniciativa particular das mulheres participantes da Assembleia Sinodal, é mais uma prova do desejo do Papa Francisco de ouvir a todos. Alguns participantes da Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia dizem que, quando as mulheres falaram, a atenção de Francisco foi redobrada.
Um momento de partilha e escuta
Mais do que qualquer demanda que será levada, o encontro deve ser um momento para as mulheres se apresentarem e dizerem ao Papa as angústias, as esperanças e alegrias, apresentando muito do trabalho que as mulheres já fazem na vida das comunidades, paróquias, pastorais, movimentos, dioceses, inclusive na Cúria vaticana.
Uma oportunidade para reafirmar os passos dados desde a Primeira Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em outubro de 2023: dar visibilidade para as mulheres, o reconhecimento das mulheres na Igreja e que a Igreja possa ter esse olhar feminino. Um encontro que segundo uma das mulheres que participa da Assembleia Sinodal, “será um encontro de partilha, e ele como pastor para escutar”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1