A inclusão social dos pobres: unidos a Deus, ouvimos um clamor (n. 188 e 189)
A Igreja reconheceu que a exigência de ouvir este clamor deriva da própria obra libertador da graça em cada um de nós, pelo que não se trata de uma missão reservada apenas a alguns: “A Igreja, guiada pela Evangelho da Misericórdia e pelo amor ao homem, escuta o clamor pela justiça e deseja responder com todas as suas forças.” Nesta linha, se entende o pedido de Jesus aos seus discípulos: “Vós mesmos, dai-lhes de comer” (Mc 6,37), que envolve tanto a cooperação para resolver as causas estruturais da pobreza e promover o desenvolvimento integral dos pobres.
A palavra “solidariedade” significa muito mais do que alguns atos esporádicos de generosidade, supõe a criação de uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos sobre a apropriação dos bens.
A solidariedade é uma reação espontânea de quem reconhece a função social da propriedade o destino universal dos bens como realidade anteriores à propriedade privada. A posse privada dos bens justifica-se para cuidar deles e aumentá-los de modo a servirem melhor o bem comum, pelo que a solidariedade deve ser vivida com a decisão de devolver ao pobre o que lhe corresponde.
“Promover o desenvolvimento humano integral requer diálogo e envolvimento nas necessidades e aspirações das pessoas; requer escuta dos pobres e resposta a situações concretas. Isso requer animar as comunidades e as suas relações com o mundo dos negócios; criar meios para unir recursos e pessoas, onde os pobres sejam protagonistas e beneficiários.” E “devemos estar ciente de que somos todos responsáveis. Se existe pobreza extrema no meio da riqueza, que também é extrema, é porque permitimos que a lacuna se ampliasse para se tornar a maior da história.” É preciso escutar o grito de tantas pessoas que estão vivendo à margem da sociedade. A nossa meta deve ser uma sociedade justa, fraterna e solidária. “Que o senhor nos dê um ouvido atento!
+Fontinele
