Assessores da CNBB vivenciam retiro espiritual com meditações sobre o discipulado no Evangelho de São Marcos

“O discipulado no Evangelho de São Marcos” está sendo o tema central do retiro espiritual do Grupo de Assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 13 a 17 de maio de 2024, na Casa de Encontro Cor Jesu, em Ceilândia (DF). O bispo auxiliar de Brasília, dom Denílson Geraldo, está conduzindo as meditações e pregação.

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, na acolhida do grupo, destacou a relevância deste momento de afastamento temporário das atividades do dia a dia para dedicar-se com exclusividade ao encontro com Deus e a recuperar energias para melhor cumprir a missão. Dom Ricardo expressou sua gratidão pela disponibilidade de cada participante em fazer o retiro, enfatizando que é um momento verdadeiramente especial.

“Quando começamos o retiro, geralmente não estamos entusiasmados”, afirmou dom Denílson ao iniciar a primeira meditação. O bispo ressaltou que fazer um retiro espiritual é um ato de fé. “É Deus quem nos convida e nós vamos por obediência na fé”, afirmou.

Para embarcar nesse percurso de fé, o bispo delineou duas posturas essenciais: o silêncio material e o silêncio espiritual. Destacou ainda que apenas no verdadeiro silêncio é que possível escutar a voz de Deus. Dom Denilson encorajou o grupo a manter o silêncio material em todos momentos e espaços e ressaltou que esse silêncio não se trata de ausência de palavras, mas sim de receptividade para ouvir a voz do divino Espírito.

Dom Denílson lembrou ainda que o silêncio espiritual consiste na disposição do coração e da mente para se comunicar com Deus. “Essa comunicação não se baseia em palavras repetitivas, teorias intelectuais ou na busca por satisfazer desejos limitados. Não é esforço pessoal, é Deus que toma a iniciativa. Ele quis, a ação é d’Ele, a resposta é nossa”, disse.

O bispo auxiliar de Brasília enfatizou ainda que o retiro não é um momento “para intuições belíssimas e grandes pensamentos, mas de encontro amigável e amoroso com Deus. É o encontro de duas pessoas, no qual uma delas – Deus – vai falar. É importante silenciar interiormente a alma para deixar Deus falar”.

O percurso com a iluminação de São Marcos

O pregador do retiro é o bispo auxiliar de Brasília, dom
Denílson Geraldo. Fotos: Osnilda Lima

Organizado em três etapas, dom Denílson sugeriu o caminho a ser percorrido para o retiro, a partir do Evangelho de São Marcos. Na primeira delas, que compreende os capítulos de 1 a 8, os leitores são apresentados a Jesus de Nazaré como pregador e curador, cuja verdadeira identidade é revelada em Cesareia de Filipe.

“Jesus anuncia sua morte e ressurreição, mostrando que seu caminho envolve sofrimento e cruz, e convida os seguidores a trilharem o mesmo caminho. Nesta primeira etapa de seu Evangelho, os leitores de Marcos também aprendem que o caminho de Cristo é o caminho do cristão, como em 8,34 – ‘Se alguém quer vir em meu seguimento…’). Também o caminho deles é o da cruz!”.

De acordo com dom Denílson, a segunda parte do Evangelho de Marcos (capítulos 9-15), gradualmente revela aos leitores os meios concretos do verdadeiro discipulado cristão, que são resumidos de forma sucinta em 10,45, onde Jesus declara: “Pois o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate pela multidão”. É precisamente isso o que acontece na segunda etapa do Evangelho, quando Jesus morre por seu povo (caps. 14-15).

Dom Denílson reforçou que a morte de Jesus não marca o fim, pois a terceira fase do Evangelho de Marcos começa com a proclamação da ressurreição de Jesus e sua ida à Galileia, precedendo os discípulos (16,6-7). “É no sepulcro vazio que os leitores de Marcos tomam o lugar dos primeiros seguidores de Jesus e passam a ser as principais personagens no drama de seu Evangelho (16,8). É quando seu Evangelho termina que Marcos desafia os leitores da maneira mais dramática a responder a Jesus em suas vidas com confiança. A terceira etapa do Evangelho de Marcos continua na vida da Igreja, até que o Senhor ressuscitado volte”, destacou o bispo.

Fonte: CNBB